Título: Passado, memória e museu: a existência enquanto livre narrativa

Data: 14 de maio

Hora: 15:00h

Local: Sala dos Conselhos (FAL)

Autor: Luciano Donizetti da Silva, UFJF
 

Resumo

Trata-se de investigar o que é memória na filosofia de Sartre em três aspectos: a História (passado enquanto ‘memória’), a Corporeidade ('memória' incorporada, efetivamente) e os 'objetos' (museu, istos ‘memoráveis’), lugares onde o ser-para-si situa-se e se move. A consciência intencional não tem subterfúgios, é transparente para si mesma; mas ela existe no terreno movediço da corporeidade, sua facticidade de ser. Não há interioridade, donde memória em Sartre seja a perpétua reconstrução do passado; assim, como contornar o fato de que temos 'objetos' de nosso passado? Ou que nosso corpo carregue marcas e cicatrizes (Ethos, habitus)? Ou que a história humana se imponha como humana história? Repetindo o duplo homem-mundo, siameses inseparáveis sob pena de extermínio de ambos (método fenomenológico), também a memória em Sartre se faz por dois meios que, distintos, não se separam jamais: a inserção à fórceps da memória dos homens no plano da 'aventura individual'; as livres escolhas que, coadunadas no ser-para-outro, realizam a memória de cada homem e mulher enquanto 'história humana'. Esse parece ser o caminho mais próprio para investigar a alienação social da liberdade, que instaurada ‘no passado’ pelo para-si, o acorrenta; assim, se vem do passado a voz dissonante de controle e limitação da liberdade, é em vista do futuro que a memória será, efetivamente, ‘memorável’: homens e mulheres que fazem a história, e se reconhecem nela (livres).

Palavras-chave: Sartre, Memória, História