Cuidado e Afectividade em Heidegger e na Análise Existencial Fenomenológica
Autor: Irene Borges-Duarte
Editor: Documenta
Ano: 2021
Irene Borges-Duarte: «E, embora não possamos não prestar atenção ao que dizem osmediana nossa civilização tecnológica, podemos escapar ao seu controle contrastando as informações; sofrendo, muitas vezes, com o que tiramos a limpo desse contraste, mas rindo também, outras vezes, do que é ridículo ou do que é agradável e divertido. Em qualquer caso, sem sentimentalismo. Apenas no exercício despretensioso do bom humor, comunicativo e crítico, afectuoso e simples. Como quem desfruta de uma reunião de amigos, depois de um longo dia, e de poder sair com eles para tomar algo.»
Tenho a satisfação de prefaciar este segundo número da coleção luso-brasileira «Fenomenologia e Cultura», publicada conjuntamente pelas editoras Documenta, Nau e PUC-Rio. Escrito pela professora Irene Borges-Duarte,Cuidado e Afectividadeleva ao grande público análises fenomenológicas de temas contemporâneos de central relevância e traz, simultaneamente, contribuição de grande importância para a comunidade de estudiosos da obra de Martin Heidegger.
O livro reúne 10 ensaios com histórico de apresentação e publicação em eventos e periódicos voltados para a tradição fenomenológica. Revistos ou reformulados, eles cobrem o extenso arco da filosofia heideggeriana, abordando afetos que vão da angústia e do tédio, mais comumente associados ao pensamento do autor deSer e Tempo, a análises do amor, da reserva, do bom humor e da aventura. A noção decuidadodá unidade ao conjunto.
Diversos são os autores mobilizados no generoso projeto. Junto com interlocutores primários de Heidegger, predecessores ou contemporâneos, como Aristóteles, Agostinho de Hipona, Husserl, Freud, Scheler e Löwith, muitos outros nomes são evocados no livro. Figuram entre os mais conhecidos, em ordem alfabética de sobrenomes: Giorgio Agamben, Luc Ferry, Michel Foucault, Carol Gilligan, Pierre Hadot, Vladimir Jankélévitch, Hans Jonas, José Ortega y Gasset, Fernando Pessoa, Georg Simmel, Bernard Stiegler e Donald Winnicott. Ludwig Biswanger e Medard Boss completam o elenco de referências.