Inteligência Artificial. Morte e superação do humano - Apontamentos para uma nova teoria da inteligência
Autor: Américo Pereira
Editor: PRAXIS
Ano: 2023
ISBN: 978-989-654-895-7
O livro "Inteligência Artificial. Morte e superação do humano - Apontamentos para uma nova teoria da inteligência" debruça-se, tendo em consideração a história que nos é contada, por Steven Spielberg no seu filme, "AI – Artificial Intelligence", sobre a questão fundamental da chamada «Inteligência artificial» que não se refere a uma “artificialidade” da “inteligência”, mas a isso que constitui ontologicamente a realidade desta última. Procura entender o que é o âmago ontológico da inteligência artificial, a exteriorização lógica e material da inteligência dita natural humana. O filme em causa trata, fundamentalmente, da definição da humanidade às suas próprias mãos e também do seu ‘destino’, da bondade ou da maldade como opção ontológica fundamental da acção humana. Reflecte, ainda, sobre a ética de tal opção e suas consequências políticas. No fim, percebe-se que há uma substituição da humanidade por máquinas aparentemente sem maldade.
Toda a trama do filme "AI-Artificial Intelligence" é construída em torno de um duplo eixo de sentido constituído pelos actos de inteligência e de amor e suas imbricadas relações. É na sua intersecção, já em acto conjunto, mas único, e em que inteligência e amor são indiscerníveis, que David muda ontologicamente de coisa mecânica com potencial humano, também apenas mecânico como expressão, para algo logicamente humano: para coisa com essência lógica humana. O mito narra uma metamorfose – se bem que de forma em parte elíptica – ontológica.
A questão fundamental do filme é a da possível humanidade, não da humanidade real ou histórica, que, aliás, e muito bem, a si própria, na historicidade mítica própria do filme, se aniquila.