O Grupo de Trabalho de Ética integra investigadores com um duplo perfil: numa vertente, aqueles que estão mais focados nas abordagens ditas normativas, seja de autores clássicos seja de autores contemporâneos. Interessa-nos, neste âmbito, discutir critérios definidores da diferença entre ações corretas e incorretas, justas e injustas, desejáveis e evitáveis. Aqui há lugar para pensar acerca do papel e da relevância do caráter, das virtudes, dos deveres, das intenções e das consequências nas nossas escolhas e ações.
Numa outra vertente, os investigadores mais centrados nas éticas aplicadas trabalham áreas particularmente sensíveis à ética, cuja diversidade denota a dimensão nuclear da mesma em diversas dimensões da vida humana. Questões de bioética, de ética do ambiente, de ética da comunicação e da própria ética da investigação são exemplos que atestam essa transversalidade.
A complementaridade de ambas as vertentes justifica a respetiva inclusão num mesmo grupo de trabalho, porquanto as éticas aplicadas representam operacionalizações do que é estabelecido no âmbito das éticas normativas. A importância de enquadrar e fundamentar as decisões em cada um dos domínios nos quais há confronto com questões éticas encontra suporte nas abordagens mais reflexivas. Estas, por sua vez, não se esgotam em si mesmas. Constituem, antes, valiosas ferramentas de aplicação ao mundo da praxis. E é esta compreensão da ação humana, do modo como fazemos escolhas e nos comportamentos, do modo como interagimos em sociedade e com todos os elementos do nosso habitat, que é procurada por via das diversas abordagens desenvolvidas neste grupo. Para dar resposta a tal demanda, a interdisciplinaridade está muitas vezes presente, quer com pontes estabelecidas no seio da própria Unidade, como no caso da Política, quer fora, como a aproximação às neurociências ou à tecnologia.
Através dos estudos de ética e de teorias da ação procura-se uma mais profunda compreensão da vida humana, promovendo a reflexão sobre como viver.